O mercado imobiliário é cíclico. Neste momento a tendência é de descida suave e talvez seja esta a razão porque aparentemente sinta que o mercado está relativamente estável em determinadas zonas, sendo que a localização e a procura continuam a definir diferentes cenários onde esta tendência não se verifica havendo zonas onde o mercado vai continuar a subir.
O que de facto se constata é que na generalidade, o tempo de absorção de venda dos imóveis começou a aumentar e o valor da oferta (asking price) a descer. Os especialistas de zona, pela sua experiência e sensibilidade são os primeiros a verificar esta realidade, muitos outros profissionais irão fazer o caminho da tentativa/erro e muitos proprietários irão continuar a marcar os preços dos seus imóveis em alta, provocando assim um desfasamento acentuado entre o valor pedido e o valor real de transação. Veja-se que ainda recentemente o Confidencial Imobiliário falava de uma diferença de 22% entre estes valores em Lisboa, e cerca de 30% na zona do Porto.
Perante este cenário, vamos voltar a ter proprietários que não vão conseguir vender os seus imóveis sozinhos, ou mesmo com ajuda de profissionais que não conseguiram demover o dono do imóvel para uma baixa de preço que vá ao encontro dos valores da procura real.
Os expirados, termo de origem Norte-Americana (expired listing) que significa angariações caducadas ou em vias de atingir caducidade, é uma classificação que segmenta proprietários que colocaram o seu imóvel à venda e não tiveram sucesso na sua venda. Os expirados são medidos pelo tempo de transação médio considerado “normal” para a venda de um imóvel; este varia consoante a especificidade de cada zona e mercado, mas no geral, num mercado de equilíbrio situa-se num período de 6 meses.
Esta realidade experienciada já no passado por muitos profissionais, pode ser uma novidade para agentes que entraram no mercado há pouco tempo, logo, bastante oportuno relembrar alguns passos necessários para trabalhar este tipo de clientes:
Depois da fase de prospeção, vejamos como pode conseguir a confiança destes clientes renovados:
Por fim é importante falar da forma, ou seja, do tipo de abordagem. Este tipo de cliente está aborrecido, frustrado, desconfiado e descrente, já passaram muitos meses e não está a conseguir vender, precisa de uma atitude assertiva, no entanto, isto não quer dizer que deva ter uma abordagem agressiva e direta ao assunto, deve construir rapport e ser claro na sua comunicação. Acima de tudo é importante descobrir o que aconteceu, o que correu bem e o que correu mal, nem que seja para não cometer os mesmos erros do proprietário e do anterior angariador. Deixe-o desabafar, mesmo que seja por telefone, ou durante a primeira visita. Se o conseguir pôr a falar, será fácil de perceber as suas motivações, dê-lhe sempre feedback e aponte tudo o que ele diz, pois terá dicas preciosas para desenvolver uma solução válida e eficaz.
Finalmente, é importante verificar se o potencial cliente continua interessado em vender. Assim, averigue sempre a sua motivação para a realização da venda onde a pergunta inicial e mais importante deverá ser: “Na sua opinião, porque razão é que a sua casa ainda não se vendeu?”.
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Massimo Forte
Consultor e professor universitário especialista em mediação imobiliária. Autor de diversos livros de referência no setor.