Passo a passo encurtam-se distâncias.
Normalmente, as histórias começam com um “era uma vez”. No caso do CECOA, a história faz-se com um passo de cada vez, módulo a módulo, ação a ação. Num passado recente, decidimos alargar o nosso cenário de atuação. Alargamos o nosso território e criamos novas parcerias, novas redes e estabelecemos laços com outras realidades. Nos últimos anos temos procurado reforçar a nossa estratégia de atuação e levamos as ações de formação para outros paradeiros. Saímos da nossa zona de conforto e fomos até à zona de conforto de outras pessoas. Soubemos perceber a escassez de oferta formativa e de oportunidades de qualificação que existem noutras zonas do país.
Hoje escolhemos falar do Alentejo. Não apenas pela beleza natural da região e pela hospitalidade do seu povo. Principalmente porque toda aquela imensidão também se traduz num perder de vista de escassez de alguns recursos. As distâncias dos locais onde as coisas se passam, são grandes. Não existem quatro ou cinco possibilidades que distam entre si quatro ou cinco estações de metro. No Alentejo nem existe metro. Existem quilómetros para se chegar a qualquer lado.
No CECOA procuramos estar do lado das soluções e não fazemos “pendant” com os problemas. Procuramos encurtar distâncias e fazer com que as populações que sofrem com a interioridade possam ter as mesmas oportunidades de quem vive nas grandes cidades. Encontramos parceiros estratégicos em diferentes zonas do Alentejo, Avis, Casa Branca, Beja e Vendas Novas.
Módulo a módulo e ação de formação a ação de formação, com formadores locais, temos revigorado a população ativa (empregada e desempregada) do setor do comércio e dos serviços da mais serena zona do nosso país. É com grande satisfação que verificamos a importância que as pessoas atribuem à formação. Tem a ver com esta forma natural do ser humano reagir à disponibilidade de recursos: o que é mais raro é mais valorizado. Quando as oportunidades são escassas, agarram-se com unhas e dentes.
Internamente, no CECOA, como gostamos de refletir sobre o que fazemos e como procuramos ser uma organização aprendente, já conseguimos validar alguns aspetos que nos pareciam muito importantes: (1) cumprimos bem a nossa missão ao alargar horizontes (os nossos e os dos outros), (2) a melhor forma de trabalhar é estabelecendo redes, parcerias, pontes e laços e ainda (3) que as grandes cidades do litoral têm muito que aprender com as mais pequenas do interior.
Parece-nos que a formação, a qualificação e o conceito de aprendizagem ao longo da vida têm uma expressão bem mais valorizada no interior do nosso país. Desta forma, o objetivo do CECOA será sempre o de criar ainda mais valor do que aquele que já existe, fazendo um caminho bem sustentado e encurtando as distâncias entre as regiões, as cidades e as pessoas.
Sílvia Coelho