Agentes da Mudança
Cada um de nós tem determinadas datas/anos que nos marcam, por motivos bons ou menos bons, mas 2020 é com certeza um ano diferente de todos os outros e que nos marcará a todos pelo mesmo motivo: uma pandemia.
Da história, enquanto estudante, lembro-me bem de ouvir falar na peste negra, mas viver uma pandemia é bem diferente. Costumava dizer às minhas sobrinhas, que “íamos ficar na história, na história de como demos a volta à situação, de como tivemos de enfrentar a situação todos confinados em casa”, isto na 1ª fase. E que éramos uns sortudos porque tínhamos as novas tecnologias que nos permitam estar em contacto uns com os outros mesmo que fisicamente isolados. E sem dúvida, as novas tecnologias foram nossas grandes aliadas, tanto a nível pessoal como a nível profissional.
Na 1ª fase da pandemia passei a falar todos os dias com os meus pais, por videochamada, dei instruções à distância de como instalarem as aplicações que nos permitiram estar em contacto visual, não chegava só a voz, era preciso ver, para dar um pouco mais de conforto.
E a nível profissional, lembro-me que quando nos disseram, na 1ª fase, “vamos para teletrabalho rotativo”. E agora? Pensei eu. Só precisava fazer a ponte entre o presencial e o virtual. Ofereci-me para ficar presencialmente no 1º dia, isto deu-me tempo para preparar informação para a trabalhar em casa. E foi possível.
Com os meios, com boa organização, foi possível fazer praticamente tudo. Nesta fase foi bastante importante todo o apoio do Bruno, o nosso responsável informático. Ele à distância conseguia verdadeiros “milagres”, mesmo quando não nos conseguíamos ligar remotamente ao nosso PC, ele conseguia!
Mas foi igualmente importante a senhora da limpeza, a única que continuou diariamente a ir fisicamente às instalações. Lembro-me de um dia, em pleno confinamento, ser necessária a ajuda dela porque nenhum dos nossos PC’s estava ligado. Lembro-me de ter feito uma chamada telefónica para a senhora da limpeza, e com ela em alta voz, e com o Bruno numa chamada no Microsoft Teams, pô-los em contacto, e o Bruno ia dando instruções de como havia de fazer para que tudo funcionasse novamente, e funcionou!
Acredito que fomos e somos agentes da mudança.
E considero que não vamos voltar atrás, acredito que vai ser o futuro, nas profissões que o podem fazer, o teletrabalho total ou parcial é o futuro. Acredito também, que a formação on-line, total ou parcial, é o futuro.
Mas temos de agilizar processos, procedimentos, aprimorar a organização, e melhorar a comunicação para melhor fazermos a ponte entre o presencial e o on-line/teletrabalho para que estejamos todos em sintonia e haja um verdadeiro ganho de tempo e não sintamos que estamos a acrescer tarefas desnecessárias. Acredito que o vamos conseguir! A gestão integrada e a melhoria contínua darão uma grande ajuda, também!
Arminda Silva
Técnica administrativa da Delegação Norte